1.UTILIZAÇÃO
A fossa séptica é um dispositivo de tratamento do esgoto sanitário de prédios providos de instalações hidráulico-sanitárias e que tenha suprimento de abastecimento de água satisfatório para atender a limpeza dos vasos sanitários.
Todos os despejos domésticos oriundos de cozinhas, tanques de lavar roupas, chuveiros, lavatórios, vasos sanitários, bidês, banheiras, mictórios e ralos de pisos de pisos de compartimentos internos, devem ser encaminhados à fossa séptica.
Os despejos de cozinhas deverão passar por uma caixa de retenção de gorduras, evitando que as tubulações de esgotos sejam obstruídas pela aderência de gorduras nas suas paredes e como também, o seu excesso venha prejudicar o seu bom funcionamento.
Os esgotos de água pluviais não devem ser encaminhadas às fossas sépticas.
2.DESCRIÇÃO E FUNCIONAMENTO
As instalações de fossas sépticas são regulamentadas pela ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas, através da NB-41/81.
A fossa séptica é uma caixa de passagem do esgoto doméstico, que retém as matérias orgânicas e inorgânicas em suspensão, deixando passar um efluente líquido com um grande índice de redução de contaminação, cujo destino final será uma fossa sumidouro (absorvente) ou valas de infiltração pré-dimensionadas para receber o seu volume líquido. Devemos considerar como campo de absorção dos efluentes, somente as paredes laterais das valas de infiltração e das fossas sumidouros. As paredes deverão ser construídas com materiais e dispositivos que facilitem sua percolação no terreno.
No interior da fossa séptica, o esgoto desloca-se horizontalmente e com pequena velocidade, nela permanecendo durante certo período, conhecido por tempo de detenção, que não ultrapassa poucos dias, e que, pela NB-41/81, deve estar compreendido entre 12 e 24 horas.
A pequena velocidade de escoamento permite que as partículas mais densas decantem, sob a ação da gravidade, para formar o lodo, e que as menos densas subam para flutuar na massa líquida, constituindo a escuma.
O material decantado, além de conter partículas minerais, também possui partículas orgânicas, que por aquelas foram arrastadas para baixo. Essas partículas orgânicas, que vão ter ao fundo, podem posteriormente ser impelidas para cima pelas bolhas gasosas resultantes da digestão do lodo, indo localizar-se na camada de escuma ou sai com o efluente. Assim, dentro da fossa continuamente algumas partículas descem enquanto outras sobem, entrechocando-se, o que retarda o seu pavimento.
Para evitar que o esgoto permaneça no interior da fossa, por um tempo inferior ao tempo de detenção previsto, são adotados dispositivos de entrada e de saída como tês, gincanas ou cortinas que servem também para evitar a saída das escumas e facilitar a saída dos gases.
O lodo fresco, parte do esgoto que vai ficar retido na câmara de digestão, sofrerá uma decomposição orgânica. A decomposição do lodo só se completa no interior da fossa, se nela permanecer por um tempo mínimo equivalente ao período de digestão, que varia com a temperatura. Exemplificando, para 10o.C, 76 dias e para 32O.C, 25 dias, aproximadamente.
Após ser totalmente digerido o lodo decorrente do 1o. dia de uso da fossa nela continua depositado durante um tempo denominado período de armazenamento , correspondente a no mínimo 10 (dez) meses, quando a fossas dever ser aberta para a devida remoção do lodo.
A abertura das fossas sépticas deverão ser procedidas com cuidados necessários para se evitar acidentes provenientes de explosões, resultantes da combustão de gases que estão retidos no interior da mesma.
O intervalo de tempo entre o período de digestão mais o período de armazenamento constitui o período de limpeza.
O lodo e a escuma sofrem a ação das bactérias anaeróbias, transformando-se gradualmente em líquidos e gases(amoníaco, gás sulfúrico e outros, que acabam por desprender-se na atmosfera. A maior parte desses gases resulta da digestão do lodo.
Portanto, o lodo fresco perde volume durante a sua digestão. Quando totalmente digerido fica reduzido a um quarto do seu volume inicial, apresentando aspecto homogênio, com coloração escura e cheiro de alcatrão.
Os organismos patogênicos existentes no lodo são em grande parte destruídos, durante o processo de digestão. Embora os ovos de vermes possam sobreviver, o lodo, quando seco pode ser utilizado sem perigo como adubo.
É fato comprovado que a fossa séptica mesmo bem projetada, o seu efluente ainda possui de 30 a 40% de sólidos em suspensão e uma demanda bioquímica de oxigênio não inferior a 30% dos valores referentes ao esgoto afluente.
Quanto menor for o teor de sólidos em suspensão no efluente, mais lenta será a colmatação do terreno nos sumidouros, valas de infiltração e do leito de areia nas valas de filtração.
A presença de matéria orgânica no efluente é comprovada pelo odor desagradável desprendido. Sua total mineralização ocorre pela ação das bactérias saprófitas em qualquer sistema de infiltração e/ou filtração.
Sanitariamente o efluente provenientes da fossa séptica é considerado um líquido perigoso a saúde das pessoas, pois poderá conter bactérias patogênicas, ovos de vermes e cistos não removidos pela fossa, por algum motivo inerente ao seu mau funcionamento.
3. PROJETO DA FOSSA SÉPTICA DE COMPARTIMENTO ÚNICO
Na fossa séptica de compartimento único o fenômeno de decantação e da digestão processam-se conjuntamente
As zonas de processamento aparecem da seguinte forma (de baixo para cima):
• Zona de Digestão (câmara de digestão) onde os lodos são armazenados;
• Zona de decantação (câmara de decantação) onde o esgoto escua horizontalmente;
• Zona de escumas (câmara de escuma),onde flutuam as graxas e gorduras, sem que haja separação material entre elas.
As fossas sépticas podem ser cilíndricas ou prismáticas:
DIMENSIONAMENTO:
O volume útil do tanque séptico é dado pela seguinte fómula:
V = N (CT + 100Lf)
V - Volume útil em litros
N - Número de contribuintes
C - Contribuição de esgotos em litros por pessoa por dia (tabela 1)
T - Período de retenção em dias (tabela 2)
Lf - Contribuição de lodo fresco em litros por pessoa (tabela 3)
V = N (CT + 100Lf)
V - Volume útil em litros
N - Número de contribuintes
C - Contribuição de esgotos em litros por pessoa por dia (tabela 1)
T - Período de retenção em dias (tabela 2)
Lf - Contribuição de lodo fresco em litros por pessoa (tabela 3)
3.1. DIMENSÕES INTERNAS DA FOSSA SÉPTICA CILÍNDRICA:
DIÂMETRO: (f)
DIÂMETRO: (f)
- mínimo: 1,00m;
- máximo; duas vezes a altura útil;
ALTURA ÚTIL(h)
- mínima 1,00m.
- máximo: 2,50m
ALTURA LIVRE: 0,30cm (distância entre a geratriz inferior do tubo de saída e a laje de cobertura da fossa, destinada ao acúmulo de gases e escumas.
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Imagens Google
Agradecendo sua visita. Estou seguindo seu blog. Gostei de tudo por aqui. Sou leigo em engenharia, vou aprender muito. Grande abraço!!!
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